Manaus (AM) – Um Comunicado Técnico (nº 179), publicado pela Embrapa Amazônia Ocidental em julho de 2025, relatou uma grave ocorrência de mela – doença causada pelo fungo Rhizoctonia solani – em mudas de sacha-inchi (Plukenetia volubilis) cultivadas em viveiros sob condições controladas.
A sacha-inchi, também conhecida como amendoim-do-inca, apresenta grande potencial comercial por suas sementes ricas em óleos ômega-3, 6 e 9. No entanto, o fungo se propagou com rapidez e causou altas taxas de mortalidade das mudas devido à severidade dos sintomas.
Os primeiros sinais da doença incluem manchas encharcadas que evoluem para lesões claras ou escuras na superfície das folhas. Com alta umidade, forma-se um micélio fúngico visível. As folhas infectadas amarelavam e tombavam, e em pouco tempo a planta morria. No solo e na base das mudas, observou-se a formação de microescleródios, indicando estágio avançado da infecção.
O patógeno foi identificado por meio de testes de inoculação em mudas de 30 dias, onde os sintomas foram reproduzidos com sucesso, além de confirmação morfológica—tratando-se de Rhizoctonia solani (teleomorfo Thanatephorus cucumeris).
Diante da ausência de fungicidas registrados para controle da mela na sacha-inchi, o comunicado recomenda uma série de práticas culturais preventivas:
- Utilização de substrato limpo ou comercial (como fibra de coco), em vez de solo de área contaminada;
- instalação das mudas sobre bancos elevados (≥ 1 m) para evitar contato com o solo;
- irrigação localizada (não por aspersão) para impedir que respingos espalhem o fungo;
- manter espaçamento adequado entre as mudas para reduzir contato entre plantas;
- remoção e descarte de folhas infectadas ou caídas, de forma isolada e longe do viveiro;
- em casos extremos, aplicação experimental de fungicidas à base de cobre em pequenas áreas, observando-se efeitos fitotóxicos.
Essas ações estão alinhadas com vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, incluindo Fome Zero, Inovação, Comunidades Sustentáveis, Produção Responsável e Vida Terrestre.
Fonte: Comunicado Técnico nº 179 – Embrapa Amazônia Ocidental, julho de 2025