Imagem: Divulgação Prefeitura de Manaus
No final do século XIX e início do século XX, Manaus viveu um período de luxo e prosperidade que marcou a história da Amazônia. Conhecida como a Paris dos Trópicos, a cidade ostentava ruas de pedra, postes de iluminação elétrica antes mesmo de Paris, e um estilo de vida digno das grandes capitais europeias — com direito a champanhe no café da manhã.
O motor dessa riqueza era a borracha. O mundo, sedento por pneus, fios elétricos e isolantes, dependia do látex extraído diretamente das seringueiras da floresta. Os seringueiros produziam a matéria-prima e o Amazonas dominava o mercado global, exportando para a Europa e para os Estados Unidos.
O dinheiro circulava em volumes extraordinários. O Teatro Amazonas foi erguido com mármore importado da Itália e vidro da França. As elites vestiam roupas vindas de Paris e, em um luxo quase inacreditável, enviavam roupas sujas para serem lavadas em Londres. Até as calçadas exibiam mosaicos europeus — um cenário sofisticado em plena selva amazônica.
Mas a opulência não durou. O segredo do cultivo da seringueira foi contrabandeado para a Ásia, onde as plantações eram mais produtivas e fáceis de manter. O preço da borracha despencou, a bolha estourou e a economia desmoronou.
Em poucos anos, Manaus passou de milionária a quase fantasma. Palácios ficaram abandonados, empresas fecharam as portas e o brilho de outrora se apagou. A cidade sobreviveu, mas nunca mais recuperou o mesmo esplendor.
A história do ciclo da borracha serve como lembrança de que até a mais rica das cidades pode enfrentar reviravoltas inesperadas. Um passado de grandeza que continua a fascinar e ensinar.
Fonte: Podcast História Sem Gravata