Imagem: Divulgação IDAM
Médio Solimões (AM) – O pirarucu, gigante das águas amazônicas, já esteve ameaçado de desaparecer dos lagos da região. Mas um modelo inovador de manejo comunitário implantado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá mudou essa história, recuperando estoques e transformando a vida de milhares de famílias ribeirinhas.
De 5 mil para 200 mil pirarucus
No início dos anos 2000, a população da espécie havia caído para pouco mais de 5 mil indivíduos. Hoje, graças ao manejo participativo, os lagos da reserva abrigam quase 200 mil pirarucus. A metodologia combina ciência, fiscalização comunitária e respeito ao conhecimento tradicional.
Como funciona o manejo
O sistema estabelece regras claras: contagem dos peixes, vigilância dos lagos, cotas anuais de até 30% dos adultos e tamanho mínimo de 1,5 metro. O resultado é o aumento não apenas do pirarucu, mas também de outras espécies como tambaqui, tucunaré, curimatã e até quelônios.
Impacto social e econômico
Mais de 370 lagos são manejados de forma comunitária. A renda gerada é dividida igualmente entre os participantes, fortalecendo a autonomia local e reduzindo a dependência de atravessadores. Além da carne, a pele do pirarucu passou a ser reaproveitada em bolsas, sapatos e sandálias, agregando ainda mais valor ao pescado.
Qualidade de vida e futuro
Com o manejo, as comunidades conquistaram melhorias visíveis: casas de alvenaria, embarcações próprias, eletrodomésticos e mais oportunidades para jovens. Para os ribeirinhos, ver os lagos cheios novamente de pirarucus é sinal de fartura e esperança.
Feiras organizadas em Manaus já conectam diretamente pescadores e consumidores, garantindo preços justos e fortalecendo o elo entre cidade e floresta. O modelo da RDS Mamirauá é hoje referência de desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Fonte: Reportagem “Nova Amazônia – Manejo do Pirarucu”