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Processamento do Pescado: Qualidade, Higiene e Tecnologia na Indústria Pesqueira

Imagem: Divulgação GovBR

O processamento do pescado é uma atividade estratégica dentro da cadeia produtiva da pesca e da aquicultura. Ele visa agregar valor, prolongar a vida útil e garantir a segurança alimentar dos produtos marinhos e de água doce destinados ao consumo humano. Para isso, são aplicadas técnicas rigorosas de higiene, conservação, manipulação e tecnologias de preservação e embalagem.

Etapas do Processamento

O processamento do pescado pode variar conforme a espécie, o destino final e o tipo de produto (in natura, resfriado, congelado ou industrializado). As etapas comuns incluem:

  • Recebimento e inspeção: verificação da qualidade e frescor do pescado.
  • Lavagem e evisceração: remoção de vísceras e limpeza externa.
  • Filetagem ou cortes específicos: conforme o produto desejado.
  • Conservação: por métodos como congelamento, salga, defumação ou enlatamento.
  • Embalagem e rotulagem: de acordo com normas técnicas e sanitárias.

Higiene e Segurança Alimentar

A contaminação microbiológica é uma das principais ameaças à segurança do pescado. Bactérias como Salmonella, Listeria monocytogenes e Clostridium botulinum podem representar sérios riscos à saúde pública se o processamento não for realizado sob condições controladas. Por isso, o controle higiênico-sanitário é fundamental, com foco em:

  • Temperatura de conservação adequada (abaixo de 4°C para produtos frescos e -18°C para congelados);
  • Ambiente limpo e higienizado, com zonas separadas para cada etapa do processo;
  • Capacitação constante da equipe de manipulação;
  • Implantação de programas como BPF (Boas Práticas de Fabricação) e APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle).

Qualidade Sensorial e Nutricional

O pescado é um alimento altamente perecível. As características sensoriais como cor, odor, textura e sabor são indicadores importantes de qualidade. O processamento correto mantém o valor nutricional das proteínas, ácidos graxos ômega-3, vitaminas e minerais presentes no pescado.

Tecnologias Emergentes

Novas tecnologias vêm sendo aplicadas para melhorar a eficiência e sustentabilidade do processamento de pescado, como:

  • Atmósfera modificada: para prolongar a validade sem o uso de conservantes;
  • Embalagens inteligentes: que indicam alterações na qualidade do alimento;
  • Ultracongelamento: que reduz a formação de cristais de gelo e preserva melhor a textura;
  • Rastreabilidade digital: para monitorar desde a captura ou cultivo até o consumidor final.

Legislação e Normas Reguladoras

No Brasil, a produção e o processamento de pescado são regulados por órgãos como o Ministério da Agricultura (MAPA) e a ANVISA. O cumprimento da legislação é obrigatório e envolve:

  • Registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF);
  • Conformidade com a Instrução Normativa nº 34/2016 (MAPA), que trata do pescado industrializado;
  • Rótulos claros, contendo informações nutricionais e procedência;
  • Auditorias sanitárias regulares.

Importância Econômica e Sustentabilidade

O processamento do pescado agrega valor aos produtos pesqueiros e é uma fonte de renda relevante para comunidades ribeirinhas, cooperativas e indústrias. Adotar práticas sustentáveis, como o aproveitamento de resíduos para produção de farinha e óleo de peixe, é essencial para reduzir impactos ambientais e aumentar a rentabilidade.

Em resumo, dominar o processamento do pescado é vital para garantir um alimento seguro, nutritivo, de qualidade e com alto valor agregado. É um campo que exige constante atualização tecnológica, cuidados sanitários e atenção à legislação vigente.

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